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sábado, abril 22, 2006

 
Desmitificando imbecilidades de uma criança de classe D

Chutar a canela do rapaz travestido de Papai Noel por já estar consciente de que não há um bom velhinho verdadeiro não traz presentes. O mesmo vale para o Coelhinho da Páscoa.

Comer muita carne não faz mal, não dá dor de barriga. Apesar de os adultos dizerem isso para afastar as crianças da grelha de churrasco e evitar acidentes, os nossos caninos não servem para triturar brócolis.

As visitas não vêm para ver criança, a não ser que ela esteja severamente doente. Elas vêm por outros motivos, quase sempre para se livrar dos próprios filhos, ou ainda por razões nada confessáveis.

O Paraguai é um país, ou tenta ser um, e não se trata de um supermercado gigante de onde os parentes voltam com presentes, cigarros extras e manchas estranhas no pescoço.

Ao contrário do que respondem aos pequenos as mães mal humoradas quando estão aprontando o almoço, elas não cozinham o lixo antes de entregá-lo à própria sorte.

As pizzas meio frango com catupiry meio portuguesa podem ser adquiridas em outros momentos que não sejam aniversários, visitas, vésperas de viagens ou trocas de empregos. Tampouco é obrigatória em qualquer instante a versão mussarela-calabresa.

Os vídeo-games não explodem se forem ligados com uma peça a menos.

Gostar de ler não é feio. Gostar das mulheres também não, mas é bom tomar cuidado.

A avó que gosta do Agnaldo Timóteo nunca vai admitir que ele é meio mulherzinha. Não adianta fazer piada: ela sabe que é viadaço, mas não é obrigada a ouvir pivete. É por isso que ela dá Biotônico Fontoura mesmo quando o neto está gordo.

Vizinha evangélica nunca convida para “assistir teatrinho”. Se fosse mesmo uma encenação, as pessoas não teriam ainda refrigerante e pão com presunto grátis para atrair mais molecada.

Professores e professoras nem sempre são pedófilos. Quase sempre eles fazem elogios como forma de estímulo. Não é por estarem a fim de você.

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sábado, abril 15, 2006

 
Coisas minhas

Ter um avô matador de aluguel, uma tia bispa da renascer, um tio agiota e outro jornalista que já apanhou do dono do circo Vostok.

Comprar teste de gravidez para namorada virgem.

Dar aula de francês para malaios que não falam inglês nem português.

Tomar bolos homéricos de mulheres diferentes no espaço de uma semana. E de 1500 quilômetros.

Assistir Frank Sinatra in Japan no aeroporto de Salvador.

Ser servido em uma lanchonete por um sósia do Romano Prodi que canta Sinatra com sotaque.

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