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sexta-feira, agosto 18, 2006

 
Das Ciências Ocultas e Porcarias Dessa Estirpe

Pesquisa divulgada recentemente na Grã-Bretanha pôs salmonella na maionese dessa turma que bota fé em horóscopo: pegaram 100 pessoas que nasceram no mesmo dia e horário e viram o que a vida fez delas. Uns ladrões, outros executivos. Uns professores, outros idiotas. Uns são-paulinos, outros heterossexuais. Chupa, Quiroga!

Aí vem um palhaço e diz que ascendente e características do signo costumam bater com o que a pessoa é. Sem dúvida. Assim como bateria com um chuchu murcho uma previsão dessas: "Você que é de leão, seja cauteloso com a família, com os amigos e com as relações amorosas. O dia exige que você se contenha e não passe a mão na bunda da empregada". Ah, vão se lavar!

O pastor Dedini, guru mor deste valhacoluto intelectual, ainda não chutou santa, mas não titubeou em quebrar os anjos com cheiro de incenso que deram a ele no circuito de Sakhir, no Bahrein, antes do GP de Fórmula 1 deste ano. Arregaçou geral os 5, entregues por uma fã, para demonstrar a inútil vileza dessa iconoclastia barata que cria fé a 200 gramas de gesso pintado e 20 pilas numa lojinha do Shopping D.

Só falta agora insistirem em fundar mesmo a tal Fiofó (Faculdades Integradas de Ocultismo da Frequesia do Ó), sustentada por dinheiro do Mercado e dos Hare Krishna, que vendem aqueles livrinhos deles só pra torrar tudo em cachaça. Igualzinho hipponga e yuppie da Avenida Paulista, que é cheio de crendices com o mercado de letra minúscula. Uns pândegos.

Quando enchem a cara nos botecos, esses putos não vêm falar de incenso, de bolsa de valores, de shakra, de anjo protetor ou o cacete que seja. Querem é esconder seu desconhecimento da vida nessa agridoce ilusão exotérica de que tudo faz sentido e já foi planejado pelos astros do bichona do Quiroga.

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sexta-feira, agosto 04, 2006

 
Um povo é um povo

Tá valendo. Não esquenta. Fica pra próxima. A gente dá um jeito. Todo mundo faz assim. Relaxa. Depois nós vemos. Não faz mal. Estamos todos no mesmo barco. Gente é tudo igual. Só muda o endereço. Todo mundo quer ser feliz. Sua liberdade termina onde começa a do outro. Mas logo resolve. Tranquilo. Certeza só tem a morte. No fim é tudo o mesmo. Já tá acabando. Não adianta pressa.

*"A hiena ama os tanques que encalham no deserto porque a tripulação morre.
Ela pode esperar. Ela espera até que a milésima
tempestade corroa o aço.
Nesse momento é chegada sua hora.
A hiena é o animal da prova dos nove da
matemática, sabe que não pode sobrar resto.
Seu deus é o zero."


Ser generoso, que bela tentação.



* trecho de "Um Homem é Um Homem", de Bertolt Brecht

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