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quarta-feira, janeiro 31, 2007

 
Solidariedade feminina

Qual é a dificuldade das mulheres em entender o grau de sensibilidade de um homem depois de ele ter o cacete masculino aberto em uma cirurgia cujos efeitos colaterais, além do inchaço, incluem o diário incômodo na hora de urinar e a vexatória situação de parecer excitado sempre que de pé -- culpa única do enorme curativo do local? Lamentavelmente, só quem tem uma glande pode saber dos percalços no caminho de quem vive tamanho momento de fragilização.

Mães, irmãs, amigas, chefes, atendentes de mercado não têm nenhuma solidariedade com quem acaba de levar um bisturi no pinto para resolver um problema na uretra. Nenhuma. Na cabeça delas, dói menos porque a uretra dos homens não fica afundada no corpo como a delas. Só pode ser essa a explicação.

Primeiro é a mãe:
"Pega a toalha do chão, rapaz!" E se eu digo que não dá para abaixar, vem um murmuro de raiva como "Deixa de frescura..." Compreensão na veia.

A chefe não fica atrás:
"Você vem amanhã?", me pergunta ela às 21 horas do feriado.
"Ainda dói, mas se estiver complicado aí eu vou", respondo.
No fim, entendimento: "Você acabou de ter férias e agora isso... vem ou não vem?" Fineza total.

Melhor do que isso só a taxista que me tirou do Pacaembu depois de eu assistir a uma linda derrota do meu clube de coração. Aviso que acabei de fazer uma cirurgia e preciso parar em uma farmácia para comprar remédios. Ciosa da minha dificuldade em andar, a motorista habilmente estaciona o carro na vaga mais distante da porta de entrada da drogaria.

Depois de me arrastar alguns minutos e comprar o remédio, entro no carro aliviado para mais 10 minutos de rádio de forró, trechos ondulados nos quais ela faz questão de acelerar para aumentar a minha dor e uma sensual limpada nos dentes a cada 30 segundos, na qual ela puxa com saliva como se fosse uma orangotango de zoológico japonês. Muito reconfortante.

Agora o melhor é contar pras mezzo amigas que não pode ter relação sexual por um mês e que qualquer ereção pode causar sangramento e dor. Uma colega de trabalho, dentro de uma saia mais justa do que Deus, diz que é pra eu me cuidar. Uma amiga diz na Internet para eu ver fotos dela e das vizinhas durante férias na praia. E tem a melhor de todas, que me mostrou...

(texto interrompido para trocar curativo)







Devem pensar que homem só tem dor no saco.

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segunda-feira, janeiro 01, 2007

 
Três anos de tanto faz

O aniversário deste blog está mais animado que a festa da posse do Lula. Iupi! Agora chega.

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