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sábado, julho 05, 2008

 
Meu encontro com Richarlyson

Existem caras que, não importa quão bacanas sejam, sabem que o mundo inteiro fará piada deles. Não importa se forem profissionais inigualáveis, vencedores, que doam 10 mil cestas básicas, salvam mil asilos do fechamento e abraçam campanhas ecológicas diariamente. Mesmo assim, vão rir da cara deles.

Esse é o caso do jogador Richarlyson, um dos meus objetos de piada diários.

Pois em uma noite inesquecível, enquanto esperava por um taxi diante de uma balada em uma rua deserta, Ricky passou em sua Pajero marrom e me olhou. Seguiu dirigindo e me olhando. Me olhou uma vez mais antes de fazer a curva que o levava a uma avenida. E eu nem tive tempo de fazer uma piada em alta voz.

Não havia ninguém na rua.

Extasiado com Richarlyson, enviei mensagens de celular múltiplas. E no momento em que um dos meus amigos me telefonava para perguntar sobre o assunto, o jogador são-paulino reaparece. E para à minha frente. Olhar perdido no ar.

"Você sabe onde fica a rua Barra Funda?", me perguntou o rapaz, todo ajeitadinho antes de uma festa.

Sem saber o que responder, corri buscando auxílio de um segurança. Afinal, Ricky esperava. O homenzarrão encostou no carro do atleta, conversaram por um minuto sobre o destino e despediram-se. Com voz grossa e gestos firmes, Richarlyson fez sinal de positivo para o segurança e depois para mim. Disse:

"Obrigado, galera."

Frustrado pela súbita saída do rapaz, passei horas pensando nas piadas que perdi e na oportunidade desperdiçada. Ricky já tinha ido embora. O segurança também. O taxi ainda levou cinco minutos para chegar.

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