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segunda-feira, março 29, 2004

 
Distribuidor de panfleto

Que tipo de energúmeno lê esses panfletos que entregam na rua? Já não bastasse haver quem distribua, agora me vêm aqueles que lêem! Vão se lavar! A intenção não poderia ser mais hipócrita: "Se a gente não pega eles não terminam o trabalho nunca...", já disse uma velhinha bem cretina ao esperar o ônibus aqui perto de casa.

A resposta foi insensível, porém convincente. "Porra nenhuma, velha! Esse bando de corno recebe por hora! Sou insensível, moro com a família e não pego mesmo!" A decrépita olhou meio torto... torto demais para quem é sua avó. Fingi não perceber e com minha olímpica indiferença nem olhei pro pobre diabo que entregava o arremedo de propaganda.


Como diz um marmótico companheiro, discípulo do Pastor Dedini e de Daltro Cavalheiro "quanto aos entregadores, a única coisa a fazer é perdoar essa ignóbil de massa de manobra". Quanto aos outros, que permitem que eles continuem existindo por receberem os panfletos, têm mesmo é de ir cobrir areia do deserto do Bahrein para evitar que ela suje a pista de Sakhir.

Falta que eu te expurgo :

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quinta-feira, março 18, 2004

 
Aniversários - Parte I

"Parabéns por ter sobrevivido mais um ano. Espero que você sobreviva a outros e que eu também. Assim poderei te cumprimentar por não ter morrido." É isso que na prática estamos dizendo com o tal "feliz aniversário", uma das arbitrariedades mais estúpidas já criadas pela humanidade, junto do refrigerante, do rock progressivo inglês e dos cursos de érrepê.

Celebrar aniversário é reconhecer a própria incapacidade do ser humano em contar. Já que o dia não tem 24 horas e os meses nem sempre têm 30 dias, inventaram essa imbecilidade só porque a porra do ano tem sempre 12 meses! Ah, vão se lavar, bando de limitados!

O Pastor Dedini nunca comemorou um desses. E já ensinou aos bahrenitas tão bem que mudou os hábitos daquele povo em comemorar inutilmente a data que marca o falecimento do Faiçal do Iraque. Fazer essas festinhas é coisa de boiola e nosso mentor sabe disso.

Mas não nesta sociedade judaico-cristã ocidental! Precisa fazer barulho, gastar dinheiro, fechar a cara para quem não comparece. Só faz mesmo aniversário, como diria uma colega, quem não tem um monte de calça jeans pra lavar.

Falta que eu te expurgo :

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domingo, março 14, 2004

 
SOBRE COLEIRAS, CALCINHAS TRANSPARENTES E JORNALISMO DE TESE

A imprensa tem um marco este ano: o mês de março. Nunca, em tão pouco tempo, se escreveu tanto idiotismo sobre tão pouco. Nunca se desempenhou à exaustão o jornalismo de tese. O semanário brasileiro mais vendido fez o seguinte: especulou por meio de fotos uma análise, uma tese. Esta tese serviu para se forjar um fato. Deste fato surgiu a reportagem. Quem dera a muitos jornalistas poder escrever uma matéria com base numa tese, numa impressão que pode ser tudo menos objetiva. Mas eles fingem que escrevem a verdade e os leitores, sedentos de fofocas sobre privacidade, fingem que são sérios.

A causa da grafomania cheia de besteiras? Luma de Oliveira, quase quarentona, pronta para deixar de ser aquela menina balzaquiana. Se se quiser mais precisão, a causa do palavrório é Luma e sua separação conjugal bem confusa, ao gosto do sensacionalismo fofoqueiro.

Especulou-se se mentir por amor é válido. Claro que não é. Ninguém ama mentindo. Se ama, acaba, é passageiro. Falaram que o fim foi o ciúme excessivo do marido, que nem com uma coleira na mulher se satisfez. Deve ter sido. Ciúme só em pequenas doses, mesmo que a mulher do cara teime em ser sexualmente exibicionista. Mesmo que ela tenha o descuido de botar uma calcinha transparente. Se ele queria uma beldade, tem de aceitá-la desnudada, pois toda gostosura feminina é mais ou menos propriedade pública. Se não entende essa premissa básica, perde o que era doce, muito doce. Pastor Dedini sabe como é, atento a esse mundanismo que ele deseja expurgar.

Escreveram que ela estava a sentir a angústia da iminência de entrar na casa dos quarenta. Fica velha, engorda com facilidade, deixa um lugar que as mais jovens vão, sem dó, ocupar. Embora muita gente seja vazia no pensar e no agir, não é possível uma coisa dessas. Acabar com o casamento, mentir dizendo-se grávida, para aparecer na mídia e por perturbação hedonista, é muita baboseira para uma mente sadia e atenta. E pouco excitada.

O mais gozado são os pareceres de psicanalistas e feministas. Eles dizem um monte de coisa, que até faz sentido, é bonito no verbo, mas que funciona como uma brasília com óleo vencido e solidificado. Tudo fumaça, tudo efêmero, tudo incerto. Psicanalista é bom de se ouvir, mas nunca se deverá perder dinheiro com ele. Às feministas se pode pedir o seguinte: até vale lutar pelo lugar ao sol para as companheiras, mas à mulher deve ficar reservada a feminilidade. Mulher agindo que nem homem é coisa para frígida.

De resto, está tudo como deveria estar. De uma lado, a exibicionista, para alimentar o desejo de quem despreza a própria mulher. Do outro, o trouxa ciumento, que de tanto ter ciúme vai desfilar o próximo Carnaval sem mulher e com uma baita saudade daquele corpão. A vida é assim, um monte de carne para satisfazer a libido de quem a tem desenvolvida. Não é assim? Considere-se frígido, quase morto!

Falta que eu te expurgo :


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terça-feira, março 09, 2004

 
Páscoa
Da sucursal de Jerusalém, Ohio, Massachussets.

Vem chegando a Páscoa. E com ela aquele monte de ovos de chocolate, com embrulhos ridículos e preços exorbitantes, que ficam batendo na cabeça das pessoas no Barateiro. É uma época triste para quem é diabético ou é uma criança balofa que só ganha um ovinho diet da mãe neurótica.

Mas o importante não é isso. Faltam apenas alguns dias para o Grande Prêmio do Bahrein de Fórmula 1 e não há tempo a perder com bobagens. Vamos direto ao ponto. Qualé a do peixe na Sexta-feira Santa?

O antigo testamento – escrito ali pelos anos 60 D.C.M. (depois de Cid Moreira) – mostrava um deus vingativo e furioso. Mandava prender e mandava soltar, encheu o Egito de gafanhotos, moscas, jornalistas e outros bichos... Expulsou Adão e Eva da estação Paraíso só porque deram uma trepadinha no vagão de trás. Então, por que se vingar no bacalhau? Por que comer justo o peixe, que não tem nada a ver com a história? Por que não fazemos uns romanos na brasa ou filisteus ao molho madeira?

Mas não há de ser nada. O Pastor Dedini já disse em off – que revelo aqui porque ética é coisa de baitola – que está organizando o primeiro Gran Páscoa Churrasco Fest, para mostrar que cordeiro bom é cordeiro morto – e assado. O pastor já declarou que o lema do evento será uma homenagem às beatas de plantão: "Gran Páscoa Churrasco Fest – Você entra com as carnes; Pastor Dedini entra com o espeto”.

Falta que eu te expurgo :

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sábado, março 06, 2004

 
Lugar de nova feminista é na cozinha

Este texto foi escrito por uma fã minha. Portanto, nem me encham o saco. Não tinha me importado em escrever nesta semana e, já que ela se dispôs, permito aqui que a guria brinque um pouco. Lembro, no entanto, que isso não significa fé na candura feminina para expressar o desdém característico deste espaço. Afinal de contas, quem é que confiaria no humor de um bicho que sangra por dias e não morre?

Coisas “para menina” me irritam tanto que fujo. Fujo de revistas com mulheres na capa. Fujo de bandas formadas exclusivamente por integrantes de saias. Fujo de papos de banheiro e conversas sobre esmalte e tintura.

Vozes finas me desagradam a ponto de causar náuseas.

Uma espécie de anti-feminismo. Afinal, se antes o que importava era ser feminista, o caminho mais lógico hoje só pode ser este: a oposição a qualquer figurinha bradando o poder do sexo frágil.

Machismo? Não sei, embora adore me classificar assim para aquelas que ainda acreditam na militância dos anos 60. Aliás, aquelas que ainda acreditam nessa militância são, além de ultrapassadas, completas debilóides.

Brigando por algo que não existe e ainda querendo afirmar a feminilidade, defendendo o uso de bordados e a legalidade do aborto. Pra quê isso, meu Deus? Já não rolou (não, não a legalidade do aborto e sim a possibilidade de defender tal posição)?

Ou não te respeitam na rua porque tu anda de blusa rosa? Se o fazem, certamente não é questão ideológica, e sim questão de sanidade. E combater insanidade é outra parada, que mais tarde será devidamente tratada em vocábulos neste sábio espaço.

Como forma de militância ativa da opinião aqui apresentada, penso em medidas radicais. E proponho a vocês, nobres seres do sexo masculino que lêem este blógue (porque não quero nenhuma mariquinha se envolvendo em causa tão nobre), uma manifestação contínua anti o novo feminismo.

Camisetas com estampas educativas, placas nos carnavais de todo o país e manifestos nas principais universidades fazem parte da primeira proposta. O resto será desenvolvido depois, com a consciência sábia de quem não perde tempo com ciclo menstrual.

A autora deste texto é contínua em uma pouco lida revista de música e não divulga seu nome por medo de represália. Os links ficaram por minha conta.

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segunda-feira, março 01, 2004

 
BUZINAS ABOLIDAS

Não há nada mais irritante que uma buzina em funcionamento. Quem freqüenta um trânsito caótico, intenso, enlouquecedor, sabe do poder que a buzina tem sobre o sistema nervoso. Sistema invariavelmente em frangalhos.

As más e sensatas línguas dirão que a buzina não tem culpa, quem tem é quem a usa. Incansáveis, irão mais longe: a buzina tem uma única serventia, a de alertar os outros motoristas para um descuido. Mas não é assim que ela é usada. Ela serve como descarregadora de raivas, recalques, mau-humor, distúrbios, quejandos.

Quem recebe a buzinada sabe que ela muitas vezes está carregada de ódio letal. De um xingamento indizível, insuportável quando bem endereçado. Que o diga Pastor Dedini, que antes de Pastor era um taxista vespertino. Rush era com ele mesmo. E engarrafamento é o mesmo em qualquer lugar, de SP a Bahrein (Manama).

Um código inteiro de trânsito deveria ser redigido somente para abolir o apitaço dos carros. Sob pena de morte ou de empalação àqueles que o transgredissem. O negócio é sério, embora muitos possam alegar o contrário. As más línguas, insistentes, impertinentes, mais uma vez falarão que a culpa não é da buzina em si, mas de quem a usa.

Até quando alguém vai esperar que o homem tome jeito? Para que esperar o endireitamento do ser humano? O mais viável mesmo é acabar com tudo aquilo que ele inventou para aporrinhar o semelhante, o seu semelhante. A começar da buzina. Será assim com o álcool, com as drogas, com o dinheiro, com o sexo, com o poder... Está rindo? Vai vendo como é mais fácil, o homem e sua história o que mais sabem é repetir-se, repetir-se... Repeteco na integralidade.

Falta que eu te expurgo :




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