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domingo, abril 11, 2004

 
Ricos, homossexuais e mal-educados

Não importa ser gay, tem que ser rico. Não importa ser rico, tem que ser mal-educado. Principalmente, mal-educado, porque se não, a reputação estará manchada de forma irremediável. Quem vai ao Frei Caneca – ou Frei Boneca, ou Gay Caneca, ou... – concorda com o que vai escrito acima e se importa com o desrespeito. Para azar e injustiça do corajoso Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca (1779-1825), que morreu impávido e fuzilado pelo ideais que acreditava e apregoava. Cem anos para frente são mesmo muito para se mudar o conceito sobre certos nomes? Não, não são. Como se disse, é apenas azar e injustiça ao Frei de verdade, ao homem de verdade, ao solidário de verdade, ao humanista de verdade.

Ainda dirão que atacar os homossexuais é sinal de preconceito e intolerância. Estão certos – intolerância tem de haver, na medida em que a presunção e o desprezo grassarem. Dá até para justificar a falta de educação dos homossexuais. Machado de Assis já refletia sobre o ex-escravo que se tornou senhor e batia na sua posse humana. Afirmava Machado que isso acontecia devido à desforra do ex-escravo contra tudo o que sofrera na sua vida de servidão. Batia no escravo do qual era agora dono para descontar as humilhações que iam pesadamente na alma. O corpo se esquece fácil. A alforria dada não o sensibilizou. As pancadas recebidas o educaram. Justificável o recalque, mas inaceitável.

Foram perseguidos durante séculos por gostarem do mesmo sexo. Sofreram, junto com os judeus, as agruras do Holocausto. Os exemplos são bastantes. Ainda assim, estes não lhes conferem carta branca para agir como bem entendem. Uns, ora, recomendarão: os incomodados que se mudem. Por que ir ao reduto dos sodomitas, palavra carregada de ódio e preconceito? É simples: lá tem filmes bons, num cinema bom, que não se encontram em outros lugares. Por infelicidade, o monopólio de alguns filmes está consolidado no reduto dos homo, bem de vida, mas muito descorteses. Cortesia, por incrível que pareça, não é coisa, expressão, de gay!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Muito conceito, ilusão, comportamento deixaria de ganhar uma conotação cor-de-rosa se bem analisado, esquadrinhado.

Esse comportamento vai servir tão-somente para do reduto se retroceder ao infame gueto. É a involução. Acordem, já saíram do gueto, estão no reduto, têm de evoluir para algo mais livre e aceitável. Faça-se um trato. O monopólio referido tem de ser acessível e os homossexuais têm de ser educados. Toda a gente os respeita e eles começam a praticar a civilidade, esquecendo de uma vez por todas a idéia torta segundo a qual heterossexual é inimigo dos que preferem o mesmo sexo. Sejam gays, sejam ricos, sejam bregas, sejam afetados, sejam o que quiserem, menos mal-educados.

Metidos a intelectuais
Tudo o que está escrito também vale para os cults, os metidos a intelectuais. Usam vestimenta e têm vocabulário próprios – não será difícil reconhecê-los. Acham que a pretensa inteligência e compreensão sobre as coisas e criaturas os habilitam a ser indiferentes ao que os outros pedem, sentem e são. Comprovam mais uma vez que os intelectualóides, os intelectualizados, são tudo menos o mais importante e essencial: sábios.

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