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domingo, agosto 22, 2004

 
Verlorene Illusionen und der Zeitgeist

Estou farto da futilidade descomedida
Da futilidade bem comportada
Da futilidade falsamente jovem, com futuro no funcionário público
No livro de ponto, expediente, protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor
Estou farto da futilidade triste, que vive na exceção mas não tem regra na vida
Ainda me faltam vernáculos, vocábulos para defini-la
Abaixo os puristas e seu oporpurismo sujo

Abaixo todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Fora com as construções de fundamento mais débil
Todos os ritmos sobretudo os mais velozes e imprecisos
Estou farto da futilidade namoradora
Política
Raquítica
Sifilítica
De toda a futilidade que capitula ou que quer que seja fora de si mesma.

Não quero essa futilidade contabilidade, tabela de co-senos, conversas sobre amor romântico, presença burocrática em celebrações, secretário de amante exemplar, indignação mal dirigida, cem modelos de cartas e diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos solitários
À futilidade fria dos bêbados sem álcool
Antes o lirismo difícil e pungente dos pobres calados
Que enchem a boca de arroz, feijão e labuta
E silenciam diante de uma riqueza que é opaca e fútil

Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

Que importa a paisagem, a Gloria, a baía, a linha do horizonte?
O que eu vejo é o beco.

(inspirado em Poética, de Manuel Bandeira)

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