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segunda-feira, novembro 07, 2005

 
Memórias de um terceiro-mundo

Incrível como brasileiro se espanta com a existência de outros povos. Parece que só acreditam em dois países: nos EUA, compostos pela Estátua da Liberdade e por um monte de parque temático, e na Argentina, onde tem aquele filho da puta do Maradona e o presidente da maior napa do planeta.

Se surgir gente fora do eixo Washington-Buenos Aires, tem de aproveitar e conhecer o mundo, sô! Chega de robá goiaba! Chega de guardar biscoito Tostines em lata de bolacha dinamarquesa! Chega de reutilizar copo de requeijão e de botar bombril na antena que no exterior num tem nada disso. Mas vão se lavar, bando de cabecinha colonizada!

Quando um estrangeiro pisa em solo tupiniquim, pode reparar, brotam por geração espontânea dezenas de companheiros de bar, propostas de trabalho e, principalmente, garotinhas enamoradas. Exceto se for um mano da Bolívia ou do Paraguai. Pra esses só tem trabalho escravo e versão tosca de Let it Be e Hey Jude pra tocar na Praça da Sé.

Tem de ter sotaque. Até porque brasileiro não desiste nunca de pensar pequeno, precisa estranhar pra gostar. Eu, assim como o internacional Pastor Dedini, inspirador do Arnaldo Antunes, não sou brasileiro e não sou estrangeiro – não sou de nenhum lugar. Por isso, olímpica indiferença pro lugar de onde as pessoas vêm.

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