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domingo, abril 06, 2008

 
Velhos que dormem

Que recebam aposentadorias polpudas, vá lá. Que se regozijem em orgias gastronômicas durante o intervalo, pode ser. Mas por que diabos os velhos que frequentam a empolada Sala São Paulo têm de roncar tão alto quando dormem no meio do concerto? Entre as 500 almas presentes no programa desta semana, havia ao menos oito --que eu vi-- mais preocupadas em contar ovelhinhas.

Uma grande ofensa para o lugar e para os músicos. Afinal, apesar dos esforços do maestro Julio Medaglia, música clássica não é tão chata assim.

Tá certo que muita gente só foi ali para ser vista. Mas os balzacos não precisavam exagerar tanto. No último sábado, quando este proletário de alma e bolso fez sua primeira incursão no território inimigo, viu esses velhos dormindo em um espaço de pouquíssimas fileiras. Quase todos roncavam de leve.

Uma vergonha nacional, para com Mozart e Haydn, dado o espaço amostral.

Por isso, faz-se necessário defender a reabertura dos bingos. Há cada vez mais velhos sem ter o que fazer, roncando durante concertos, palestras, pronunciamentos ou o que for. Um grande retrocesso para a sociedade paulistana.

Se o prefeito Kassab fosse esperto de verdade, mandava todos esses velhos pra roncar no parque da Luz, para participar do processo de revitalização do centro da cidade. Assim, pelo menos, eles serão úteis.

Cidade Limpa e café sem açúcar na velharada!

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